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Habilidades básicas que impulsionam o crescimento econômico

Um diploma universitário ou qualquer educação pós-secundária geralmente se traduz em melhores empregos e salários mais altos. A educação superior oferece melhores oportunidades aos indivíduos. Mas como isso afeta o crescimento econômico?

Segundo avaliações de uma pesquisa realizada em vários países pela Statistics Canada, habilidades cognitivas básicas como a compreensão de textos, a comunicação oral e a capacidade para solucionar problemas, planejar tarefas e tomar decisões têm um impacto maior no crescimento econômico do que a educação formal.

Os resultados dessa pesquisa internacional foram apresentados na sede do BID por Scott Murray, diretor-geral de estatísticas sociais e institucionais da Statistics Canada. A pesquisa mede os níveis de alfabetização adulta, habilidades cognitivas e o uso da tecnologia da informação e da comunicação.  

As constatações sugerem que aptidões em tecnologia da informação e da comunicação poderiam ser alvo do interesse de políticas, disse Murray, acrescentando que se deveria incluir nos sistemas educacionais e dar prioridade a habilidades que impulsionam a economia.

Os mercados valorizam mais as habilidades cognitivas e de comunicação do que conhecimentos específicos, afirmou Murray, com base nos estudos. Por isso, sugeriu que o enfoque seja voltado para o treinamento em habilidades básicas, que podem ser usadas em todos os tipos de trabalho e são totalmente portáteis: as pessoas as levam de um emprego para o outro. Conhecimentos e habilidades altamente específicos são menos versáteis e têm menor mobilidade.

O estudo mostra que os níveis médios de habilidades básicas nos países pesquisados explicam mais de 55% do crescimento do PIB per capita entre 1960 e 1995. A análise também revela que um aumento de 1% no nível médio de alfabetização gera um aumento de 1,5% no PIB per capita, e de 2,5% na produtividade do trabalho.

Além disso, há uma preocupação crescente com a lacuna entre os que têm acesso à tecnologia da informação e comunicação, beneficiando-se de seu uso, e os que não participam da era digital, segundo os critérios de avaliação do conhecimento de informática utilizados na pesquisa internacional. Murray destacou a necessidade de uma avaliação detalhada do uso do computador no local de trabalho, em casa e em ambientes comunitários.

As habilidades básicas, especialmente a compreensão de leitura e a capacidade de efetuar cálculos numéricos, também desempenham um papel crucial na aquisição de habilidades em tecnologia da informação e da comunicação.  As tarefas mais difíceis associadas a ela  referem-se a suas exigências cognitivas, disse Murray.

Se pudéssemos contar com informações mais relevantes, precisas e completas nessa área, acrescentou Murray, os formuladores de políticas públicas e os planejadores poderiam decidir, de forma mais eficaz e eficiente, como desenvolver capital humano. Estudos como este, concluiu, poderiam ajudar a planejar uma oferta adequada de habilidades para atender a demandas sociais e econômicas futuras.

          

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