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Educação a distância: meu professor na televisão

Junho 12, 2019 by Gabriel Plata

 

Para muitos jovens das comunidades rurais da Amazônia, o dia escolar começa e termina na frente de uma televisão. Vão todos os dias para a sala de aula, como em qualquer outra escola do país, mas interagem através de um monitor com os professores, que ficam a centenas de quilômetros de distância na cidade de Manaus. Fazem perguntas por meio de um sistema digital e os professores respondem em tempo real. Os alunos também contam com um professor fisicamente na sala de aula, que os ajuda em várias atividades e trabalhos.

 

Posted by Centro de Mídias de Educação do Amazonas on Thursday, February 14, 2019

 

"As aldeias que se beneficiam do programa são pequenas. Elas têm cerca de 1.000 habitantes, com cerca de 40 crianças em idade de escola secundária", diz Emiliana Vegas, chefe da Divisão de Educação do BID. "Quando fomos visitar uma dessas escolas... conhecemos muitos jovens que viajam três horas de barco para assistir às aulas."

Mapa: Onde estão as comunidades rurais ao longo da bacia do rio Amazonas no Brasil?
 

 

Em Manaus, professores trabalham em um estúdio de televisão por satélite no Centro de Mídia, administrado pelo estado. Cada instrutor, selecionado e treinado pelo governo local, é especialista em um tópico. Embora sejam obrigados a seguir o currículo federal, eles também têm a flexibilidade de adaptar o conteúdo às circunstâncias de seus alunos. Em colaboração com a equipe do Centro de Mídia, os professores projetam seus planos de estudo e os transformam em um formato digital. Alguns usam desenhos animados, enquanto outros usam vídeos e animações. As aulas chegam a 1.000 salas de aula.

 

Abandono Escolar POR

 

Em colaboração com a equipe do Centro de Mídias, os professores elaboram seu plano de estudos e o transformam em formato digital. Alguns usam desenhos, outros vídeos e animações. Juntos, a equipe de professores presenciais e remotos oferece uma educação de qualidade para as comunidades rurais amazônicas do Brasil.

Essa estratégia de ensino a distância começou em 2007 em resposta ao enorme desafio de educar jovens em um país tão grande e diversificado como o Brasil. Por lei, todo jovem tem direito à educação básica e secundária, não importa onde esteja. Mas em muitas comunidades rurais é difícil encontrar professores de qualidade que ensinem todas as disciplinas porque são isoladas e pouco povoadas.

 

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Alunos da zona rural do município de Guajará, nas comunidades de Lagoinha, Boa Fé, Carneiros e Gama, mobilizados no Dia S, evento de sensibilização para a avaliação do SAEB. Parabéns a todos os envolvidos! #educaçao #seducam #seducamazonas #cemeam #saeb #amazonas

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Este problema afeta particularmente as comunidades localizadas na floresta amazônica. O estado do Amazonas, o maior do Brasil, possui uma área 4,5 vezes maior que a Alemanha. Há 6.100 comunidades rurais ao longo do rio Amazonas, onde vive um quarto da população do estado.

Com o apoio do BID, o governo brasileiro impulsionou a estratégia de tele-educação para comunidades rurais no âmbito do Programa de Aceleração do Desenvolvimento da Educação na Amazônia (PADEAM), para melhorar a qualidade dos serviços educacionais e ampliar o acesso à educação básica e fundamental. Por meio do programa, 12 escolas foram construídas, 20 foram reabilitadas e 500 das escolas existentes foram adaptadas para receber o modelo de educação à distância.

Atualmente, mais de 50.000 jovens de 6.000 comunidades rurais estão se beneficiando do programa, ou seja, aproximadamente 23% dos alunos do ensino médio do Estado do Amazonas fora de Manaus. Desde o seu lançamento em 2007, mais de 300.000 jovens brasileiros participaram da iniciativa, muitos dos quais poderia ter abandonado a escola. Segundo pesquisa do Instituto Brookings, entre 2008 e 2011 o programa contribuiu para reduzir em 50% a taxa de abandono escolar.

 

 

 

"Uma das coisas interessantes é que o estado do Pará, vizinho do Amazonas e com desafios semelhantes, adotou o mesmo modelo e o está ampliando com sucesso", diz Emiliana Vegas, do BID. "É muito promissor não apenas para o Brasil, mas para outros países com comunidades remotas como os andinos ou o caribe."

O programa é tão inovador que foi reconhecido por algumas das principais organizações educacionais do mundo. Em 2009, ganhou o Learning Impact Award do IMS Learning Global Consortium, o WISE Award do Governo do Qatar e o Arede Award.

"O próximo passo é que temos provas rigorosas do impacto da iniciativa que nos permite ir a outros países para expandir a educação em áreas remotas", diz Vegas. "Este projeto é algo que estamos oferecendo como uma boa experiência e que vemos como algo muito viável para outros contextos", diz.

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