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Estudo: Ecossistema fintech na América Latina e no Caribe supera 3.000 startups

- Entre 2017 e 2023, houve um crescimento de 340%.
- Brasil, México e Colômbia reúnem 57% do total de empresas. 
- Fintechs consolidam posição no segmento de pagamentos.

BOGOTÁ – O ecossistema fintech registrou um crescimento de mais de 340% na quantidade de empreendimentos de finanças tecnológicas criados nos últimos seis anos, passando de 703 empresas em 18 países em 2017 para 3.069 em 26 países em 2023, segundo o quarto relatório da série Fintech na América Latina e Caribe. O estudo conjunto do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da Finnovista foi apresentado durante a quinta reunião anual da FintechLAC, que se realiza em Bogotá, Colômbia e tem o apoio do Grão-Ducado de Luxemburgo.

Gráfico 1: Empreendimentos fintech na ALC, 2017-23

Graphic 1 Fintech in LAC 2023

Fonte: Dados coletados por Finnovista e BID no âmbito deste relatório (2023) e dados históricos. O relatório de 2023 considera 26 países da América Latina e do Caribe, com a inclusão de Bahamas, Barbados, Belize, Guiana, Haiti, Jamaica, Suriname e Trinidad e Tobago.

Os resultados do estudo, intitulado “Um ecossistema consolidado com potencial para contribuir para a inclusão financeira regional”, refletem uma estabilização do mercado e um avanço para a solidez e resiliência no longo prazo. Mais de metade das fintechs atendem à população com pouco ou nenhum acesso ao sistema bancário, e a região experimentou um desenvolvimento regulatório dinâmico, com um aumento no número de marcos regulatórios para o desenvolvimento de segmentos como as finanças abertas e no uso de inovações regulatórias como os hubs de inovação e os ambientes regulatórios experimentais (sandboxes regulatórios). O setor de fintech é o que mais atrai o investimento de capital de risco.

Segundo o relatório, o crescimento atual do ecossistema fintech na região se deve à alta demanda dos consumidores financeiros, ao estado da infraestrutura digital financeira e à disponibilidade de uma força de trabalho especializada. A consolidação e estabilidade do ecossistema não só se reflete no aumento da quantidade de empresas emergentes, especialmente em países em que o setor era incipiente, mas também na diversificação e distribuição em termos de segmentos, modelos de negócio, capitalização e tecnologias facilitadoras.

O Brasil continua sendo o país da região com o maior número de empreendimentos fintech, com 24% do total. Em seguida vêm o México com 20%, a Colômbia com 13%, e Argentina e Chile com 10% cada um. Por sua vez, os países que registraram maior crescimento nos últimos dois anos foram o Peru, com 5,3% do número de empresas, seguido pelo Equador com 3% e a República Dominicana com 2,1%.

Peru, Equador, República Dominicana, Uruguai, Costa Rica e Guatemala constituem um conjunto de mercados emergentes que está se desenvolvendo com notável dinamismo, tendo registrado um crescimento anual médio de 44% entre 2017 e 2023. Esses mercados passaram de representar apenas 7% do ecossistema regional em 2017 (48 empreendimentos) para quase 15% em 2023 (455 empreendimentos). 

Os segmentos que lideram o número de plataformas na região continuam sendo pagamentos e remessas, com 21% do total de empresas, empréstimos com 19% e gestão de finanças empresariais com 13%. Esses três segmentos experimentaram crescimentos anuais médios de 24%, 31% e 28%, respectivamente.

Cada vez mais os empreendimentos fintech na América Latina e Caribe têm como foco pessoas e empresas com pouco ou nenhum acesso ao sistema bancário, o que demonstra o impacto positivo desse setor na inclusão financeira. Atualmente, 57% das fintechs têm como público-alvo esse grupo populacional, enquanto em 2021 essa porcentagem era de 36%. O segmento de empréstimos lidera a atenção a pessoas não bancarizadas, enquanto pagamentos e remessas representa o segmento que mais atende a pequenas e médias empresas sub-bancarizadas.

A regulação específica para o setor está associada ao seu desenvolvimento. Assim, os países que têm medidas regulatórias em vigor ou provisórias registraram crescimento ou consolidação de seus ecossistemas fintech. Nesse aspecto, alguns casos de destaque no período 2021-2023 são a publicação e início da implementação da Lei Fintech no Chile, e a publicação de uma regulação específica para pagamentos instantâneos de baixo valor interoperáveis e finanças abertas na Colômbia.

“Os dados coletados no relatório são insumos fundamentais para que os países da região possam gerar políticas públicas que deem clareza aos investidores e catalisem o crescimento do ecossistema fintech regional”, destacou Anderson Caputo, chefe da divisão de conectividade, mercados e finanças do BID. “Os achados do relatório reafirmam o enorme potencial da tecnologia financeira para fechar as lacunas de inclusão financeira na região”, acrescentou.

Por seu lado, Fermín Bueno, cofundador e sócio-gerente da Finnovista declarou que “o ecossistema fintech na América Latina e no Caribe se consolida como um motor essencial para a inovação e o crescimento econômico da região, mas também para a inclusão financeira e a acessibilidade aos serviços financeiros para milhões de pessoas e pequenas empresas. Nosso compromisso é continuar apoiando esse desenvolvimento, promovendo a colaboração entre todos os atores do ecossistema e preparando o caminho para um futuro mais inclusivo e próspero”.
Para as empresas pesquisadas, os dois principais desafios são a escalabilidade (41%) e o acesso a financiamento (19%). Neste último caso, o estudo mostra uma tendência das fintechs para fontes de financiamento institucionais, junto a investimentos de capital de risco, tanto locais como internacionais. Ainda que entre 2021 e 2022 o investimento de capital de risco tenha se reduzido à metade, até US$ 7,8 bilhões, as fintechs continuam sendo o setor com a maior participação, representando 43% do total, e uma área importante para o investimento estrangeiro direto na região.

Um ecossistema consolidado com potencial para contribuir para a inclusão financeira regional é uma colaboração entre o BID e a Finnovista, e países e parceiros estratégicos da região. Esta edição do relatório tem dados de 26 países e inclui pela primeira vez Bahamas, Barbados, Belize, Guiana, Haiti, Jamaica, Suriname e Trinidad e Tobago. O relatório faz um mapeamento rigoroso em que foram identificadas 3.069 fintechs. Além disso, foram feitas pesquisas direcionadas a empresas do ecossistema fintech, reguladores e investidores. Foram obtidas 404 respostas válidas de empresas, o que representa 13% do universo total de empresas fintech, com uma margem de erro de 4,54% e nível de confiança de 95%. Além disso, 25 investidores e 32 autoridades financeiras responderam à pesquisa do BID e da Finnovista, que foi realizada em novembro e dezembro de 2023.

Sobre o BID
O Banco Interamericano de Desenvolvimento tem como missão melhorar vidas. Estabelecido em 1959, o BID é uma das principais fontes de financiamento de longo prazo para o desenvolvimento econômico, social e institucional da América Latina e do Caribe. O BID também realiza projetos de pesquisa de vanguarda e oferece assessoria sobre políticas, assistência técnica e capacitação para clientes públicos e privados em toda a região.

Sobre a Finnovista
Finnovista é uma empresa de inovação e capital de risco comprometida com o desenvolvimento do ecossistema fintech e a transformação do setor financeiro na América Latina. Desde 2013, gera parcerias com as startups, investidores e empresas mais visionários para solucionar os grandes desafios dos serviços financeiros, liberando o poder transformador do empreendimento e da colaboração. Organizadora da FINNOSUMMIT, a maior plataforma de eventos, conteúdo e networking de alto impacto líder na América Latina para a transformação das finanças, também elabora estudos e publicações periódicas sobre o estado do ecossistema fintech e as últimas tendências das inovações fintech. 

Contato de Imprensa

Molina Medina,Vanessa Carolina

Molina Medina,Vanessa Carolina

Cavelier,Andres

Cavelier,Andres
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