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Novo estudo do BID define rotas para transformar a educação na região amazônica

-Documento foi apresentado na cúpula educacional em Belém do Pará. 

-Autoridades de diferentes países se comprometeram a melhorar a educação na região. 

-O BID e a OEI apresentam um novo aplicativo para promover línguas indígenas nas escolas. 

O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) se reuniu com autoridades educacionais de 8 países Belém do Pará, Brasil, para firmar um compromisso com estratégias que acelerem e intensifiquem os esforços e investimentos de melhora do acesso a uma educação de qualidade na região amazônica, onde um novo estudo mostra que os estudantes têm baixas taxas de conclusão e disparidades nas avaliações de matemática, ciências e leitura, entre outros. 

O encontro faz parte do Amazônia Sempre, programa holístico integrado do BID, que visa promover o desenvolvimento sustentável e melhorar as vidas na região amazônica. 

A cúpula “Aprendendo com a Amazônia: Estratégias Inovadoras para Transformar a Educação na América Latina e no Caribe”, incluiu o lançamento do estudo inovador “Educação na Região Amazônica”. Essa é a primeira análise integral e baseada em dados sobre os desafios enfrentados pelos sistemas educacionais regionais nos oito países amazônicos. 

Na Amazônia, vivem 8 milhões de crianças em idade escolar (de 6 a 17 anos), das quais 6% são indígenas e 60% afrodescendentes. O relatório destaca diferenças marcantes entre a perspectiva nacional e a situação geral na Amazônia; propõe soluções potenciais para fechar as lacunas; e serve como um chamado urgente à ação, enfatizando a necessidade premente de aumentar o investimento e melhorar os sistemas educacionais para garantir que nenhum estudante fique para trás. 

O novo estudo do BID identifica as baixas taxas de conclusão e os fracos resultados de aprendizagem como desafios primários, com a taxa de conclusão do ensino médio na Amazônia (54%) sendo mais baixa que a média nacional (69%). Além disso, os resultados das avaliações de aprendizagem em ciências, matemática e leitura revelam disparidades significativas, com diferenças de até 17 pontos percentuais entre as médias nacional e amazônicas. Os fatores que contribuem para esses desafios incluem a falta de educação apropriada, a formação inadequada dos professores e a infraestrutura insuficiente, com as escolas na Amazônia tendo menos acesso a elementos essenciais como eletricidade, conectividade e dispositivos digitais. 

O estudo inclui uma análise comparativa e georreferenciada das escolas na região e revela, por exemplo, que quase um quarto das crianças em idade escolar primária na Amazônia vive a mais de 5 km da escola mais próxima, com acesso limitado ao transporte, resultando em viagens longas e lentas de ida e volta à escola. 

Além disso, a publicação oferece soluções para enfrentar esses desafios, incluindo a expansão da infraestrutura, a oferta de modelos educacionais híbridos, a atração de professores qualificados, a provisão de educação relevante e a implementação de programas de apoio para a aceleração da aprendizagem e a retenção de estudantes. 

“Ao criar as condições para o acesso adequado à educação na região amazônica, estamos construindo um legado que beneficia não apenas os seus habitantes, mas o mundo inteiro. As recomendações do estudo podem ajudar a dar escala a diversas iniciativas bem-sucedidas e em andamento nos países amazônicos, bem como apoiar novas abordagens baseadas em evidência e a colaboração entre eles", disse Tatiana Schor, Chefe da Unidade de Coordenação da Amazônia do BID. 

“Para empoderar as futuras gerações da Amazônia, devemos inovar e desenvolver soluções que funcionem nível local”, disse Mercedes Mateo, Chefe da Divisão de Educação do BID. “Dados melhores, infraestrutura, conectividade à internet e calendários escolares adaptativos facilitarão que as crianças assistam e aprendam na escola. Trabalhar com os professores e as comunidades locais nos ajudará a melhorar a qualidade e a inovação. O que aprendemos na Amazônia através desse enfoque personalizado pode ser um modelo para outras regiões que enfrentam desafios semelhantes”, acrescentou Mateo. 

“O futuro da Amazônia não depende apenas de proteger sua excepcional biodiversidade, mas também de investir nas 30 milhões de pessoas que vivem lá. As iniciativas baseadas em evidências em educação são chave para este fim, contribuindo diretamente para promover o desenvolvimento sustentável”, disse Morgan Doyle, Representante do BID no Brasil. 

Um compromisso para melhorar a educação na Amazônia 

Durante o evento, os representantes dos países que compõem a Região Amazônica assinaram uma declaração conjunta firmando um compromisso com o desenvolvimento das pessoas da Amazônia. O compromisso dos países se estende à mobilização de recursos para financiar projetos de educação culturalmente adequados na região, bem como aumentar o acesso a infraestrutura de alta qualidade, resiliente e sustentável, incluindo digital, e melhorar a qualidade dos professores e a relevância dos conteúdos. 

As autoridades reconheceram a importância do desenvolvimento do capital humano para o crescimento sustentável e a prosperidade do ecossistema. 

BID e OEI apresentam plataforma digital para proteger línguas indígenas na América Latina 

Durante o evento, também foi lançada uma nova plataforma digital do BID e da Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI): “Línguas: Uma plataforma para aprender línguas indígenas na América Latina e no Caribe”. O aplicativo pioneiro é destinada a abordar a crítica escassez de professores que falam línguas indígenas nas escolas de Educação Bilíngue Indígena (EBI) em toda a região. 

O aplicativo é gratuito e pode ser baixada na Playstore do Android. Na primeira fase, é possível aprender Quechua Collao, a variedade predominante de Quéchua, que é ensinada como primeira ou segunda língua a mais de 380.000 estudantes em 7.000 escolas. A segunda etapa introduzirá os idiomas Quéchua Boliviano, Aymara, Guaraní, Moxeño e Uru. 

A plataforma servirá como recurso para os educadores, fornecendo as ferramentas e o apoio de que precisam para tornar mais eficaz o ensino de línguas indígenas em sala de aula. O aplicativo Línguas também faz parte de um esforço concertado para revitalizar e preservar as línguas indígenas na América Latina e no Caribe, como parte da Década dos Idiomas Indígenas da ONU (2022-2032). O aplicativo está disponível a ualquer pessoa que tenha interesse em aprender uma língua indígena. 

 

 

Sobre o BID

O Banco Interamericano de Desenvolvimento tem como missão melhorar vidas. Estabelecido em 1959, o BID é uma das principais fontes de financiamento de longo prazo para o desenvolvimento econômico, social e institucional da América Latina e do Caribe. O BID também realiza projetos de pesquisa de vanguarda e oferece assessoria sobre políticas, assistência técnica e capacitação para clientes públicos e privados em toda a região. Acesse nosso tour virtual.

Sobre o Amazônia Sempre

Amazônia Sempre é um programa abrangente e holístico que tem como objetivo proteger a biodiversidade e acelerar o desenvolvimento sustentável em três frentes de ação: ampliar o financiamento, promover o intercâmbio de conhecimento e facilitar a coordenação regional entre os oito países amazônicos.

O programa se baseia em cinco pilares: combate ao desmatamento e fortalecimento do controle e da segurança ambientais no contexto dos governos nacionais; a bioeconomia e a economia criativa, incentivando atividades econômicas alternativas e sustentáveis; pessoas, com o objetivo de alcançar um acesso adequado à educação, à saúde e a emprego de qualidade; cidades e infraestruturas e conectividade sustentáveis; e agricultura, pecuária e silvicultura sustentáveis e de baixo carbono. Além disso, o programa focaliza a promoção da inclusão de mulheres, povos indígenas, afrodescendentes e comunidades locais; conservação do clima, da biodiversidade e das florestas; e fortalecimento das capacidades institucionais e do Estado de Direito.

 

Contato de Imprensa

Planes,Maria Soledad

Planes,Maria Soledad

Borges De Padua Goulart Janaina

Borges De Padua Goulart Janaina
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