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Líderes estimulam a América Latina a adotar medidas para melhorar o clima de negócios

Um grupo de líderes das Américas reunidos hoje exortaram a América Latina a empreender mais esforços para melhorar o clima de negócios, especialmente para as pequenas e médias empresas, como forma de acelerar o crescimento econômico e reduzir a pobreza.

O apelo foi feito durante uma conferência no Banco Interamericano de Desenvolvimento que reuniu mais de 200 formuladores de política, líderes empresariais e especialistas para analisar os obstáculos aos negócios na América Latina e no Caribe e recomendar medidas corretivas.

O Presidente do Chile Ricardo Lagos, que se dirigiu à audiência por vídeo a partir de Santiago, observou que os países precisam fazer investimentos sociais enfocados para complementar as políticas de promoção do crescimento.  Continuou dizendo que o “consenso de Washington”, conjunto de medidas de política visando a estabilização e certas reformas macroeconômicas como precondição para o crescimento, não foi suficiente. “Sem coesão social, não é possível competir no mundo”, disse ele.

Mencionou o programa de educação do Chile que elevou o ensino obrigatório de quatro para doze anos como o tipo de investimento social que leva à estabilidade e ao crescimento. “Deixar as pessoas para trás é fonte de conflito social”, concluiu o líder chileno.

Ao inaugurar o encontro, o Presidente do BID Enrique V. Iglesias disse que, apesar de avanços recentes na estabilidade macroeconômica, os custos operativos das empresas “continuam sendo muito pouco competitivos, devido a instituições débeis, regras que desencorajam o investimento, infra-estrutura inadequada e acesso limitado a recursos financeiros”.

Iglesias, que observou que o investimento em infra-estrutura na região está bem abaixo dos US$70 bilhões necessários anualmente, disse que é necessária a renovação de  esforços, não só para criar os quadros jurídicos e reguladores adequados para estimular os negócios, mas também para desenvolver as instituições apropriadas para aplicar as leis e as regras.

Por sua vez, o subsecretário do Tesouro dos Estados Unidos John B. Taylor destacou a importância do setor privado como gerador de 80% dos empregos. Observou também que é nos países mais pobres que se encontram os maiores empecilhos à criação de novas empresas.

Para Taylor, os pilares do crescimento são a liberdade econômica, o investimento nas pessoas – especialmente em saúde e educação – e um governo justo que combata a corrupção.

O representante do Tesouro destacou o enorme impacto potencial da redução dos custos das remessas que os trabalhadores estrangeiros enviam dos Estados Unidos para seus países de origem. Destacou também a importância dos estudos e outros projetos promovidos pelo Fundo Multilateral de Investimentos do BID para acentuar o impacto econômico e social das remessas.

Entre os conferencistas estavam o secretário da Fazenda do México Francisco Gil Díaz; o ministro do Planejamento do Brasil Guido Mantega; e o ministro de Economia e Energia do Chile Jorge Rodríguez Grossa, além de representantes do setor privado, de governos e organizações não-governamentais.

O BID, que já investiu mais de US$13 bilhões desde 1990 para promover um melhor clima de investimento na América Latina e no Caribe, propôs um novo plano e medidas adicionais para atrair mais investimentos para a região.

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