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Empresas brasileiras terão acesso a recursos de US$ 750 milhões do BID para investir em projetos de longo prazo em energia limpa

Programa é o primeiro de linha de crédito condicional de até US$ 2,4 bilhões e será viabilizado pelo BNDES e instituições financeiras acreditadas

O Brasil vai ampliar o crédito de longo prazo para financiamento de energia renovável e eficiência energética ao setor privado com recursos de US$ 750 milhões do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e contrapartida do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de US$ 150 milhões. O investimento é parte de uma linha de crédito condicional para projetos de investimento (CCLIP) do BID de até US$ 2,4 bilhões.

Os projetos de energia limpa e baixo carbono são de longo prazo e requerem uso intensivo de capital inicial, enquanto os custos de manutenção e funcionamento são relativamente baixos. O programa oferece prazo e taxas que atendem aos fluxos necessários para este tipo de investimentos, apoiando de esta maneira a financiar e atrair financiamento para as inversões em energia renovável alternativa.

Na prática, o BNDES usará os recursos do BID e seus próprios recursos para diversificar e ampliar suas fontes e linhas de financiamento existentes ao setor privado em energia, assim como repassar os recursos para instituições financeiras acreditadas.

“A participação do setor privado tem sido e continuará sendo crucial para garantir os investimentos em energia renovável alternativa e eficiência energética, assim como para impulsionar o crescimento do setor elétrico”, disse Luis Alberto Moreno, presidente do BID. "Acreditamos que mecanismos de crédito de longo prazo como este são essenciais para impulsionar esses investimentos".

Os recursos serão dedicados a projetos com foco no aumento da participação de energia renovável alternativa, tal como de energia eólica, solar e biomassa, na matriz energética brasileira e na ampliação do uso de tecnologias de eficiência energética nos setores com grande potencial para aumentar o uso eficiente da energia no curto prazo.

O Brasil possui uma matriz elétrica renovável, onde mais de 60% da geração é hidrelétrica. Entretanto, ainda que a hidroeletricidade seja um recurso renovável, o sistema tende a ficar cada vez mais exposto aos efeitos da mudança climática, e de períodos de seca.

Nesse contexto, o programa busca fomentar as energias alternativas como apoio à diversificação da matriz elétrica, e a incrementar a segurança do sistema elétrico no futuro, o que permitirá garantir o fornecimento elétrico para todos os setores da economia. O Plano Decenal de Expansão de Energia do governo brasileiro, por exemplo, prioriza a energia renovável alternativa, como um aumento de capacidade média anual de 10%.

O investimento vai contribuir ainda para as metas de redução da emissão de gases de efeito estufa do Brasil perante a Convenção da ONU sobre Mudanças do Clima e o Acordo de Paris. Esta é a mais nova linha de crédito disponível desde que o acordo está em vigor.

Em etapas futuras, a linha de crédito será dedicada também a projetos produtivos para PMEs e de infraestrutura impulsionados pelo setor privado. O empréstimo de US$ 750 milhões do Banco, o primeiro da série, tem prazo de 25 anos, com um período de carência de quatro anos e meio, e taxa de juros baseada na Libor.

Sobre o BID

O Banco Interamericano de Desenvolvimento tem como missão melhorar vidas. Criado em 1959, o BID é uma das principais fontes de financiamento de longo prazo para o desenvolvimento econômico, social e institucional da América Latina e o Caribe. O BID também realiza projetos de pesquisas de vanguarda e oferece assessoria sobre políticas, assistência técnica e capacitação a clientes públicos e privados em toda a região.

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