A integração de práticas de sustentabilidade às operações do BID é um processo contínuo que se apoiou numa série de recomendações feitas por um painel de alto nível sobre meio ambiente (Blue Ribbon Panel on Environment) em fevereiro de 2005. Esse grupo de especialistas internacionais de renome reuniu-se novamente em julho de 2006 para avaliar como o Banco havia progredido na implementação de suas sugestões e quais os desafios que encontrou no caminho para melhorar seu desempenho de sustentabilidade no ano passado.
O novo relatório concentrou-se no progresso do BID nas quatro áreas temáticas destacadas nas recomendações originais: padrões e harmonização; integração da análise de sustentabilidade às operações; participação da sociedade civil; e capacidades, sistemas e recursos.
O relatório enfatiza a melhoria da harmonização das políticas do Banco com os padrões internacionais de sustentabilidade e a criação recente da Política do Meio Ambiente e Observância de Salvaguardas e da Política Operacional sobre Povos Indígenas. Enfatiza também a necessidade de continuar os esforços de harmonização e desenvolver novas políticas e/ou diretrizes relativas a temas do trabalho, envolvimento das partes interessadas e manejo florestal nos próximos três anos.
Outros êxitos do BID no último ano, como a produção de seu primeiro Relatório sobre Sustentabilidade e a medida de sua própria “pegada” ambiental com a análise Monitoramento do Manejo Ambiental e Desempenho Internos, também foram detalhados no relatório. Enfatizaram-se as atividades do Banco para reduzir as emissões de carbono, como por exemplo fazer a primeira reunião anual neutra em emissões de carbono de um banco multilateral.
Com relação à integração dos temas de sustentabilidade às suas operações, o Banco realizou três Avaliações Ambientais de País, para assegurar que as preocupações com a sustentabilidade sejam parte desde o começo do processo de planejamento da estratégia de cada país. Além disso, o Banco está trabalhando para: desenvolver linhas de negócios mais fortes em temas de biodiversidade, energia renovável e água; criar um novo quadro de biodiversidade; aumentar o acesso a recursos do Fundo Mundial para o Meio Ambiente; e definir um quadro de investimentos para energia sustentável e mitigação de mudanças climáticas.
O relatório também destaca a importância dada pelo BID à melhoria da comunicação e da colaboração com a sociedade civil em áreas que vão do desenho, implementação e monitoramento de projetos a questões de políticas públicas. Nos últimos dois anos o Banco realizou diversos seminários sobre questões ambientais específicas e continua a trabalhar para estabelecer um monitoramento independente do projeto de gás natural de Camisea no Peru.
Com relação à preocupação com a capacidade do Banco de empreender análises de risco e oportunidades relacionadas a sustentabilidade ambiental e social adequadas, o relatório mostra os avanços feitos na adoção de uma nova abordagem de manejo de riscos, assim como no desenvolvimento de um software que ajuda as equipes de projetos a seguir uma análise consistente dos riscos e oportunidades de sustentabilidade.
No próximo ano, o BID trabalhará para estabelecer um mecanismo de apoio para a implementação da política de salvaguardas para as equipes de projetos; fortalecer a capacidade e proporcionar melhor apoio técnico ao Comitê de Impacto Ambiental e Social (CESI em inglês); estabelecer um sistema para acompanhar a implementação de salvaguardas e a aplicação de políticas; e fortalecer a capacidade das Representações nos países para supervisionar e monitorar as questões e as condições de sustentabilidade dos projetos.